A avicultura de postura passou por grande evolução nos últimos anos e, por apresentar uma parcela representativa na produção de alimentos de alto valor nutricional, se faz necessária uma atualização técnica que possibilite a otimização da eficiência produtiva das aves. A nutrição animal representa a maior parte dos custos na produção de ovos, portanto, mínimos ajustes podem trazer melhorias e consequentemente economia.
As galinhas poedeiras modernas são muito sensíveis às variações nos níveis nutricionais da dieta, no entanto, o que se busca é: maior produção, ótima conversão alimentar e menor porcentagem de ovos defeituosos. A suplementação mineral é uma excelente alternativa para melhorar o desempenho das aves a qualidade da casca dos ovos.
Os minerais constituem parte importante do organismo animal, representam de 3 a 4% do peso vivo das aves e são considerados elementos essenciais para uma boa nutrição. São classificados em macrominerais e microminerais (ou elementos traços). De maneira geral, eles participam de funções variadas no organismo e, dentre os macrominerais, podemos destacar a importância da relação entre cálcio e fósforo para a formação óssea das aves e a estrutura da casca do ovo.
O cálcio (Ca) é o mineral mais abundante no organismo das aves. É considerado um dos principais constituintes dos ossos e tem ainda papel fundamental no controle das funções celulares dos tecidos nervoso e muscular, bem como das atividades hormonais de coagulação sanguínea e formação esquelética, além da estruturação da casca do ovo.
A concentração do Ca nas aves é mantida pela ação de três hormônios que controlam a absorção, excreção e o metabolismo ósseo, identificados como: hormônio PTH (Paratormônio), calcitonina e 1,25-diidroxi-vitamina D (1,25(OH)2D), forma ativa da vitamina D.
O PTH e a vitamina D, em situações de hipocalcemia (baixa concentração de Ca no sangue), estimulam a absorção intestinal de Ca e sua mobilização dos ossos para o fluído extracelular, para serem reabsorvido pelos rins. Já a calcitonina, atua quando há uma situação inversa, ou seja, hipercalcemia (alta concentração de Ca no sangue), causando diminuição na absorção de Ca no intestino, a desmineralização óssea e a reabsorção renal.
Normalmente, durante o período noturno, a absorção de cálcio no intestino é reduzida em função da baixa quantidade de digesta presente no trato digestório. Neste período, a exigência de cálcio para a formação da casca é alta, o que força o estímulo da produção e a secreção do PHT, resultando na desmineralização óssea necessária para atender a exigência de cálcio do animal. Em função desta desmineralização promovida pelo PHT, os níveis de fósforo na corrente sanguínea se elevam. Caso esse excesso de fósforo não seja controlado, as aves podem entrar em condição de hiperfosfatemia, reduzindo ainda mais a concentração de cálcio sanguíneo devido a afinidade entre as moléculas de cálcio e fósforo.
Para o bom funcionamento do metabolismo das aves é imprescindível a presença do fósforo. Cerca de 20 a 50% do fósforo total dos alimentos de origem vegetal encontra-se na forma de fitato que, além de reduzir a disponibilidade do fósforo, forma complexos insolúveis com: proteínas, cálcio, cobre, zinco, magnésio, manganês e ferro, presentes nos alimentos consumidos. Dessa forma, adquire resistência a digestão enzimática.
O fósforo (P) é o mineral que acompanha o metabolismo do cálcio, principalmente no que se refere à absorção e aos níveis séricos. Está envolvido na formação de colágeno e na mineralização óssea, aumentando a resistência dos ossos e acelerando a cicatrização de fraturas – ativador de coenzimas para o funcionamento de vitamina do complexo B -, além de exercer a função tamponante no líquido intracelular e nos fluídos tubulares dos rins.
O cálcio e o fósforo são indispensáveis para a produção e a qualidade dos ovos, visto que, o cálcio é o principal componente da casca e o fósforo é fundamental para sua adequada mineralização e calcificação. A eficiência na utilização desses minerais está intimamente relacionada com a quantidade e relação entre eles. O excesso de cálcio na corrente sanguínea é prejudicial e diminui a absorção de outros minerais. O mesmo acontece com o fósforo, seu excesso afeta negativamente a mobilização do cálcio ósseo e a mineralização da casca.
Pelas mudanças genéticas e biotecnológicas do setor, as poedeiras comerciais sofreram grandes mudanças quanto as exigências de cálcio e fósforo, o que torna cada vez mais necessário o fornecimento preciso de nutrientes que atendam a demanda dessas aves. A tabela 1 traz algumas relações de cálcio e fósforo em diferentes idades, obtidas de diversas fontes.
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Fonte: www.safracheia.com.br